Vivi Zanatta/FolhapressA ala ideológica do governo, regida por Olavo de Carvalho, ameaça abandonar o barco. Alguns já desertaram

Após decisão de Alexandre, Olavo cobra reação de Bolsonaro e da ala militar

24.07.20 18:00

Olavo de Carvalho (foto) cobrou uma reação do presidente Jair Bolsonaro e da ala militar à decisão do ministro Alexandre de Moraes que resultou no bloqueio de contas de ativistas, empresários, políticos e blogueiros que apoiam o governo no Twitter e no Facebook em território nacional.

O presidente e seus queridos generais farão algo para proteger a liberdade e os direitos civis diariamente pisoteados pelos imperadores da toga? O futuro do Brasil depende da resposta a essa pergunta”, escreveu, nesta sexta-feira, 24, nas redes sociais. 

Apesar da posição do guru bolsonarista, interlocutores ligados ao presidente da República avaliam que ele não deve se manifestar sobre o caso. O chefe do Executivo trabalha, há semanas, para distensionar sua relação com o Supremo Tribunal Federal — ele passou a medir palavras e chegou a tirar de cargos de vice-liderança do governo na Câmara parlamentares que proferiram ofensas a ministros.

A ordem para a retirada das páginas do ar ocorreu no âmbito do inquérito que investiga a difusão de fake news e ataques a integrantes da Suprema Corte. Moraes determinou a medida em maio a fim de evitar que os perfis fossem utilizados para “possíveis condutas criminosas” apuradas.

Naquela ocasião, entretanto, o ministro listou somente nomes, CPFs e endereços dos alvos, sem detalhar, especificamente, a identificação do usuário. Como os dados disponibilizados não são requeridos no cadastro, as empresas não conseguiram cumprir a ordem.

Em nova decisão, expedida na última quarta-feira, 22, o ministro reiterou a determinação de bloqueio, desta vez com a descrição dos perfis. Moraes impôs multa diária de 20 mil reais em caso de descumprimento.

No Twitter, entre os perfis derrubados, estão os dos militantes Sara Winter, Winston Lima e Marcelo Stachin; do dono das Lojas Havan, Luciano Hang; do presidente do PTB, Roberto Jefferson; e dos blogueiros Allan dos Santos, do canal Terça Livre, e Bernardo Küster.

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