Adriano Machado/Crusoé

Apesar da representação à PGR, Defesa evita esticar a corda da crise com Gilmar

14.07.20 18:15

Apesar de cumprir a promessa de acionar a Procuradoria-Geral da República contra o ministro Gilmar Mendes (foto), do Supremo Tribunal Federal, o Ministério da Defesa não pretende esticar a corda da crise.

A pasta decidiu não divulgar a íntegra da representação, protocolada às 14h48 desta terça-feira, 14, para evitar mais barulho, conforme apurou Crusoé. O documento é assinado pelo chefe do ministério, Fernando Azevedo e Silva, e pelo comandante do Exército, general Edson Pujol.

No governo, sabe-se que a peça não deve avançar com facilidade na PGR. Contudo, o entendimento é que a fala de Gilmar Mendes exigiu que o alto escalão da ala militar marcasse posição.

O mal-estar foi provocado pela declaração do magistrado em uma live no fim de semana. Na ocasião, Gilmar afirmou que o Exército “está se associando” a um “genocídio”, em referência à atuação de militares no Ministério da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus.

A fala resultou em uma nota de repúdio assinada pela Defesa e pelas Forças Armadas, que a classificaram como uma “acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana” e anunciaram que recorreriam à PGR.

Para evitar o recrudescimento da crise, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, entrou em ação, ligando para Azevedo e Silva e para o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Ramos.

Nesta terça-feira, 14, em nota, Gilmar afirmou respeitar as Forças Armadas, mas disse se preocupar “com o rumo das políticas públicas de saúde” do país. 

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