Foto: Carolina Antunes/PR

Antes de sabatina, Mendonça peregrina e Alcolumbre trabalha para esvaziar plenário

01.12.21 07:33

Após quatro meses, o Senado deve dar desfecho nesta quarta-feira, 1, à novela da indicação de André Mendonça, o nome “terrivelmente evangélico” escolhido por Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal. Parlamentares apostam numa vitória do ex-advogado geral da União na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, mas não ousam prever o resultado da votação em plenário.

Enquanto Mendonça passou os dias anteriores à sabatina entre ligações e andanças pelo Salão Azul em busca de apoio, Davi Alcolumbre, incansável, varou noites no esforço para barrar a designação.

O afã de Alcolumbre em inviabilizar o ex-AGU é tamanho que ele têm pedido aos congressistas indecisos que faltem à votação em plenário — a ideia é reduzir o quórum, pois Mendonça precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores para suceder Marco Aurélio Mello no STF.

Sinal de que ele não confia totalmente nos votos contrários que contabiliza contra Mendonça“, comentou um senador sob reserva, em conversa com Crusoé.

A sabatina de Mendonça na CCJ está agendada para as 9 horas. Relatora, a senadora Eliziane Gama avaliou que o ex-AGU cumpre os requisitos constitucionais para assumir uma cadeira na corte. Mesmo evangélica, ela ressaltou, porém, que, se aprovado, ele terá de exercer a função com respeito à laicidade do estado.

Pelo regimento interno do Senado, após a senadora ler o relatório, cada parlamentar da CCJ terá dez minutos para perguntas, e Mendonça, o mesmo tempo para responder. Pode haver também réplica e tréplica de cinco minutos, cada.

Depois, a comissão, formada por 27 senadores, iniciará a votação, que ocorrerá em urnas que resguardam o sigilo dos votos. Na CCJ, para ser aprovado, Mendonça precisa do apoio da maioria simples — ou seja, de metade dos presentes mais um.

Caso o colegiado chancele a indicação, ela seguirá para o plenário, onde Mendonça precisará do aval de pelo menos 41 dos 81 senadores. Lá, os votos também são secretos.

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