Adriano Machado/Crusoé

‘Amigo do banqueiro é o Lula’, diz ministro da Educação na Câmara

15.05.19 16:48

A audiência na Câmara dos Deputados do ministro da Educação, Abraham Weintraub (foto), teve de ser interrompida por alguns minutos na tarde desta quarta-feira, 15, após protestos de deputados da oposição pedindo a sua demissão, por comentários que ele fez respondendo a críticas.

Weintraub irritou os parlamentares de esquerda ao rebater a acusação de que defendia o interesse do mercado financeiro. Ele lembrou que foi “bancário, com carteira assinada”, antes de dizer que “quem ligou para o dono do Santander em Madri para pedir a cabeça de uma bancária colega minha foi o Lula, que está preso”.

Era uma referência ao episódio da demissão de uma analista do banco com sede em Madri depois de ela prever que a eleição de Dilma Rousseff iria provocar uma crise econômica no Brasil. “Amigo do banqueiro, que tem o telefone direto dele, é o Lula, que ainda humilhou minha colega dizendo para o bônus dela ser pago para ele, que entendia mais de Brasil”, afirmou.

Antes disso, Weintraub já havia criticado as agressões “fúteis” e “superficiais” de deputados como Jandira Feghali, que considerou um “desrespeito a pagadores de impostos”.

A deputada do PCdoB do Rio perguntou se ele já havia dito que comunistas como ela mereciam levar um tiro na cabeça. Ele replicou dizendo que é uma pessoa pacífica, que nunca teve registro na polícia e nem “dívida trabalhista”. Jandira já respondeu a sete processos trabalhistas por um restaurante que teve no Rio de Janeiro, mas que foi assumido pelo comprador do estabelecimento, o empresário Omar Peres.

O ministro aproveitou um ataque feito por Orlando Silva para dar a primeira resposta dura. O deputado do PCdoB de São Paulo disse que a evolução obtida com a educação se deve aos governos anteriores, e não ao atual. “Concordo em parte com o senhor: a evolução não teve nada a ver com o atual governo, porque não foi uma evolução, foi uma involução”, afirmou Weintraub.

O ministro ainda atribuiu a retenção de verbas das universidades, tema da audiência, à previsão de orçamento deixada “pelo governo eleito de Dilma Rousseff e Michel Temer”. Como a previsão não se confirmou, o bloqueio tem de ser feito, explicou.

Ele ressalvou, no entanto, que recursos recuperados de desvios da Petrobras que estavam no exterior devem ser aplicados na Saúde e Educação, em um acordo do Executivo com a Justiça e o Ministério Público. “O dinheiro roubado está voltando e pode servir de alívio aos reitores”, anunciou, em outra alfinetada contra o PT.

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