Aliados esperam demissão de Mandetta, que não fará gestos a Bolsonaro
06.04.20 10:51Aliados de Luiz Henrique Mandetta (foto) mudaram de avaliação e acreditam agora que Jair Bolsoanro deve demitir o ministro da Saúde em breve. Com a exoneração tida como certa, dizem que Mandetta não se curvará às “ameaças”. Pelo contrário, seguirá com o discurso técnico em relação ao coronavírus, sem fazer qualquer “gesto” ao presidente para tentar ficar no cargo.
Até o fim de semana, o grupo político de Mandetta apostava que Bolsonaro não teria condições políticas nem coragem para demitir o auxilar em meio à crise. A percepção, porém, mudou neste domingo, 5, quando o presidente afirmou, sem citar nomes, que “vai chegar a hora” de usar sua caneta contra os que “estão se achando”. “Não tenho medo de usar a caneta”, disse.
Aliados do ministro argumentam, porém, que Bolsonaro não levou em conta, em seu cálculo político, que o auxiliar não tem apego, nem vaidade para se manter no cargo. E lembram que Mandetta só não pediu demissão até agora porque, como médico, tem “senso de responsabilidade” e não poderia largar o “paciente” em meio à doença.
Ciente do cenário, o ministro disse a aliados que seguirá a linha de não polarizar com o presidente e manterá o discurso técnico sobre o combate à Covid-19. “Ele vai seguir fazendo a parte dele, com foco no trabalho. E não vai fazer nenhum gesto para agradar o presidente, só para conseguir ficar no cargo”, disse um aliado de Mandetta, sob reserva, a Crusoé.
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