Defensor de investigados, Toron opera contra a CPI da Lava Toga

O advogado Alberto Zacharias Toron (foto) pediu expressamente à senadora Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo, que retirasse sua assinatura do requerimento de abertura da CPI da Lava Toga. Na mensagem encaminhada na semana passada pelo WhatsApp, ele disse à “querida Mara” ter ficado “triste” ao ver o nome dela na lista de apoiadores da comissão.

“É uma tentativa de emparedar o Judiciário justamente quando dá sinais de que não tolera mais desrespeito a garantias individuais”, afirmou, em mensagem. Ao final, pediu expressamente: “Peço que reveja sua posição”. Segundo fontes, a senadora não respondeu, ignorou o pedido e manteve a assinatura.

Toron é um dos principais advogados de investigados na Lava Jato e em outros casos de corrupção. Ele defende, por exemplo, o ex-presidente do Banco do Brasil Alberto Bendine, que recentemente foi beneficiado por uma decisão da Segunda Turma do STF — foi o primeiro caso em que ministros da corte anularam uma sentença do ex-juiz Sergio Moro.

O advogado, que em seu histórico de clientes tem ainda figuras como o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha e o deputado federal Aécio Neves, goza de bom trânsito no Supremo, cujo presidente, Dias Toffoli, também tem operado nos bastidores contra a CPI.