Adriano Machado/Crusoé

A ‘preparação’ de Bolsonaro para o encontro com empresários

06.04.21 11:07

O fiador de Jair Bolsonaro na economia sempre foi Paulo Guedes. Desde antes da posse. Na campanha, Guedes era a “Carta ao Povo Brasileiro” do então candidato do PSL. Foi o suficiente para vencer a eleição. O empresariado, no entanto, seguiu olhando de soslaio para o presidente. De modo que, toda vez que Bolsonaro fala, os empresários, como no samba de Nelson Sargento, fingem que acreditam.

Será esse o ambiente do jantar desta quarta-feira, 7, em São Paulo, para o qual o governo convidou um grupo seleto de executivos: de um lado, um empresariado incrédulo – não sem razão. Do outro, um presidente preocupado em medir as palavras para que, pelo menos, os comensais saiam do encontro fingindo que acreditam – antes “falso amor sincero” que rompimento.

Para não fazer feio frente aos representantes do mercado, o presidente será submetido a uma espécie de media training, aquele ensaio prévio que todo político costuma fazer às vésperas de uma entrevista importante.

Segundo apurou Crusoé, a preparação que antecederá o encontro foi uma sugestão do ministro das Comunicações, Fábio Faria, um dos organizadores do jantar que, em princípio, deve ocorrer na casa de Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil. No cardápio da conversa estarão medidas para combater a crise da Covid-19, as negociações para a aquisição de vacinas e a retomada da economia. A grande preocupação do entorno do presidente, no entanto, é mais com o que ele não deverá dizer do que propriamente com o que ele precisará dizer. Por exemplo, “tratamento precoce” é considerado assunto proibido. O momento, avalia sua equipe, não comporta mais erros.

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