Agência Senado

À PF, assessor dos Bezerra não explica papéis com nomes e valores encontrados em sua mesa

26.10.20 07:44

Diante da Polícia Federal, um homem de confiança do líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (foto), demonstrou ter memória pouco aguçada ao ser questionado sobre anotações de nomes relacionadas a valores em dinheiro encontradas em sua mesa, situada no gabinete do filho do senador, o deputado Fernando Coelho. Os papéis foram encontrados com ele há pouco mais de um ano, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão.

Joel Brito da Rocha trabalha para o deputado há 13 anos. Mas conhece o pai do parlamentar, no caso o líder do governo no Senado, desde que foi prefeito de Petrolina, em Pernambuco, por três mandatos. Também já trabalhou para o tio, Clementino Coelho, que foi deputado federal até 2003.

Em sua mesa no gabinete de Fernando Coelho, agentes da Polícia Federal encontraram registros de supostos repasses de dinheiro. Um deles, no valor de 35 mil reais, teria sido feito a pedido do deputado. Brito reconhece sua letra, mas diz não saber se fez o depósito, nem o motivo pelo qual teria movimentado o dinheiro. O homem de confiança da família Bezerra Coelho chegou a dizer que não sabe nem por que os papéis estavam em sua mesa, mesmo admitindo ser ele o homem responsável pelos depósitos de dinheiro do gabinete.

Com Joel Brito também foi encontrada uma agenda azul. Nela, consta o nome de uma empresa de consultoria, ao lado da anotação  “500 mil”. Brito disse que a empresa pode ter prestado serviços ao gabinete, mas não se lembra nem do objeto, nem quem era seu representante ou qual serviço exatamente foi prestado.

Toda documentação foi encontrada durante as buscas e apreensões da Operação Desintegração, deflagrada em setembro de 2019. A investigação apura o suposto pagamento de 5,5 milhões de reais em propinas ao senador e seu filho. Os repasses teriam sido feitos por empreiteiras responsáveis pelas obras da transposição do Rio São Francisco e do Canal do Sertão. À época dos fatos investigados, Bezerra era ministro da Integração do governo Dilma Roussef.

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