Edilson Rodrigues/Agência Senado

A manobra para protelar o caso Chico Rodrigues no Conselho de Ética

20.10.20 07:32

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos, do DEM de Mato Grosso, quer que a advocacia da casa se manifeste sobre a representação protocolada pelos partidos Cidadania e Rede contra o senador Chico Rodrigues, flagrado pela PF com dinheiro escondido entre as nádegas, conforme revelou Crusoé. As agremiações pediram a cassação do mandato do parlamentar. Com o pedido feito aos advogados da casa, a representação pode demorar ainda mais para ser apreciada.

Em ofício endereçado ao advogado-geral da casa, Thomaz Henrique Gomma de Azevedo, Jayme Campos pede que sejam observados o “prazo e os requisitos de admissibilidade” que constam do código de ética do Senado. O documento determina que o prazo para análise da admissibilidade da representação é de cinco dias úteis a partir do recebimento da representação, mas o tempo vem sendo desrespeitado.

Ouvidas por Crusoé, fontes que acompanham o Conselho de Ética dizem que o entendimento que vem sendo aplicado pelo Senado é de que o prazo passa a contar a partir do momento em que o colegiado recebe o parecer da advocacia da casa. 

Com isso, o Conselho vem protelando a análise de diversas representações. O senador Cid Gomes, por exemplo, é alvo de uma representação do deputado Arthur Lira, líder do PP e do bloco do Centrão na Câmara, que reclama de ofensas das quais foi alvo. O documento foi protocolado no dia 3 de outubro do ano passado, mesma data em que Campos pediu parecer da advocacia do Senado. Até hoje o processo ainda não saiu do lugar. 

O próprio Jayme Campos é alvo de uma representação em seu desfavor, protocolada pelo PROS. O partido denunciou Campos por conta de uma briga ocorrida no final de agosto, na cidade de Várzea Grande, Mato Grosso. No documento, o partido pede, inclusive, que o senador seja cassado. Desde o dia 4 de setembro, data em que a manifestação foi protocolada, o processo ainda não andou, e aguarda parecer da advocacia do Senado.

Campos também usou do mesmo expediente para postergar o andamento da representação protocolada pelo PSOL em 19 de fevereiro deste ano contra Flávio Bolsonaro, em razão das denúncias referentes ao esquema das rachadinhas. O parecer da advocacia do Senado, contrário à admissibilidade da queixa, só foi apresentado no dia 6 de agosto. 

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