Adriano Machado/Crusoé

A Maia, embaixador chinês nega ‘obstáculo político’ para liberação de insumos de vacinas

20.01.21 13:55

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), reuniu-se virtualmente na manhã desta quarta-feira, 20, com o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, para questioná-lo sobre o atraso na entrega de insumos produzidos pelo gigante asiático que são essenciais para a fabricação nacional de vacinas contra a Covid-19.

De acordo com o relato do deputado, Wanming assegurou que a demora decorre de problemas técnicos e, não, de um “obstáculo político“, apesar de recorrentes ataques do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados à China. O parlamentar acrescentou que o embaixador prometeu trabalhar para acelerar o envio das substâncias.

Foi uma reunião muito positiva. O embaixador deixou claro que não há nenhum obstáculo político e que a tramitação técnica atrasou um pouco, mas que estão trabalhando junto com o governo de forma clara pela aceleração da exportação dos insumos para o Brasil“, contou Maia, em coletiva realizada em frente à residência oficial.

Questionado se o diplomata falou em prazos, Maia respondeu não ter perguntado, pois a função não cabe ao presidente da Câmara. “Mas eu tive a informação de que há o empenho nesse momento do governo chinês, junto com a Embaixada, para que os insumos possam chegar o mais rápido possível no Brasil“, disse.

O parlamentar acrescentou ter reafirmado a Wanming a importância do “empenho” do gigante asiático. “Eu falei em nome de milhões de brasileiros que não estão nesse conflito ideológico do governo brasileiro com o chinês, mostrando que, para a gente, é muito importante esse empenho“.

O Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, aguardam a chegada de matérias-primas produzidas pela China para iniciar a fabricação em massa, respectivamente, da Coronavac e da vacina de Oxford.

Em ofício encaminhado ao Ministério Público Federal na terça-feira, 19, a Fiocruz comunicou que, em razão do atraso, adiou de fevereiro para março a previsão de entrega das primeiras doses do imunizante desenvolvido com base na tecnologia da Universidade de Oxford e da AstraZeneca.

A delonga preocupa em razão da limitação do estoque de vacinas em território brasileiro. O país conta somente com 6 milhões de doses da Coronavac distribuídas aos 26 estados e do Distrito Federal e com o lote de 4,8 milhões de doses do imunizante, que consta em pedido de uso emergencial e temporário submetido na segunda-feira à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa.

As 2 milhões de doses da vacina de Oxford importadas do Instituto Serum, na Índia, não chegaram ao Brasil e o governo sequer informa quando terá autorização para buscá-las. As demais doses que atenderão os brasileiros e estão previstas no plano de imunização dependem da produção nacional.

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