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A história da menor de idade cubana que foi colocada em prisão domiciliar após os protestos

20.10.21 12:35

A organização de direitos humanos Human Rights Watch, HRW, levantou informações sobre 130 pessoas que foram presas pela ditadura cubana após os protestos do dia 11 de julho. Segundo o site Cuba Missing, 1.120 foram detidas desde então e 563 continuam presas.

Entre os casos analisados pela HRW há alguns menores de idade, como Gabriela, uma estudante de 17 anos (foto).

Ela foi presa no dia 11 de julho em San Miguel de Padrón, na província de Havana, quando caminhava ao lado de uma manifestação. Várias agentes mulheres do grupo especial boinas negras a pegaram pelo braço, colocaram algemas e a subiram em uma viatura.

Gabriela então perguntou por que estava sendo presa. “É isso o que acontece quando você faz protesto e é contrarrevolucionária“, disse uma das agentes.

Na delegacia, a jovem foi colocada em uma cela escura e com pouca ventilação com 16 mulheres adultas. Ela dormiu em uma cama de cimento e não recebeu comida. No dia seguinte, foi levada para a prisão de Cien y Aldabó.

Gabriela disse que não tinha completado 18 anos e pediu para ligar para sua mãe, mas o pedido foi negado. “Duas policiais forçaram-na a fazer cinco agachamentos nua, tossir e apertar o estômago. Uma ordenou que ela inspecionasse a própria vagina com o dedo“, relata a HRW.

Depois, a estudante foi colocada em outra cela com quatro presas adultas. Ela pediu novamente para ligar para a mãe, mas o pedido foi rejeitado. Você agora é uma adulta“, disse uma das agentes.

Durante a noite, várias vezes agentes a acordaram para interrogá-la. Eles perguntaram por que Gabriela estava protestando e quem a estava financiando. Algumas noites, os oficiais tocavam música alta para impedir que ela dormisse.

Os policiais mostraram fotos para a estudante e pediram que ela identificasse os líderes da manifestação. Um deles ameaçou levá-la com dois homens para a área conhecida como “pabellón”, onde os presos recebem visitas íntimas.

A mãe de Gabriela conseguiu localizar o nome da filha em uma lista de presos no dia 13 de julho. Ela então pôde dar artigos de higiene e um cartão telefônico, mas não foi autorizada a ver a filha.

No dia 22 de julho, onze dias depois da prisão, Gabriela foi a julgamento. O advogado conversou com a estudante minutos antes da audiência. Apesar de o promotor não ter apresentado evidências contra Gabriela, ela foi condenada a oito meses de prisão. A família apelou, alegando que ela é menor de idade. Com isso, Gabriela agora está em prisão domiciliar. A família não pôde obter cópia da sentença, segundo a HRW.

Os cubanos que querem uma mudança democrática na ilha estão organizando um protesto para o próximo dia 15 de novembro.

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