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A dor de cabeça que Maduro dá para os russos

18.02.20 19:11

O apoio à ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela, tem custado caro para os russos.

Nesta terça-feira, 18, as ações da estatal de energia russa Rosneft despencaram mais de 4%. A empresa perdeu mais de 3,5 bilhões de dólares em valor de mercado. A queda se deu porque os Estados Unidos anunciaram sanções à empresa por seu apoio à ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela.

Desde o ano passado, as sanções americanas já reduziram o número de clientes para os quais a Rosneft vende o petróleo venezuelano. Além disso, com o fracasso dos chavistas na condução da PDVSA, a estatal venezuelana, a Rosneft assumiu a operação de campos de petróleo. O problema é que, para criar uma empresa mista que possa executar a função, é preciso que a Assembleia Nacional aprove a união. Sem isso, a operação não teria valor legal e poderia ser facilmente desfeita em uma troca de governo.

Foi para garantir o controle da Assembleia Nacional — comandada pelo presidente interino Juan Guaidó e de maioria opositora — que Maduro mandou tropas para impedir a reeleição de Guaidó e para empossar o deputado Luis Parra na presidência da Casa. Mas a tentativa de assumir a Assembleia Nacional fracassou redondamente.

O cenário atual é de extrema incerteza para os russos. No início de fevereiro, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, visitou a Venezuela. Ele encontrou-se com Maduro (foto) e com o ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza. Mas não se reuniu com Luis Parra, que deveria aprovar as empresas mistas russo-venezuelanas.

“Lavrov não apenas não se encontrou com Parra, como a visita não teve uma declaração conjunta”, diz o cientista político argentino-venezuelano Andrés Serbin, da consultoria Cries, em Buenos Aires. “Para a Rússia, o importante seria conseguir uma certa estabilidade para garantir o controle dos ativos. Os russos investiram muito no país. Com os últimos acontecimentos, eles devem estar muito preocupados.”

Segundo o jornalista venezuelano Nelson Bocaranda, o propósito da visita de Lavrov seria o de pressionar Maduro. “Me informam que Lavrov veio com uma mensagem de negociar uma saída eleitoral para Maduro e deixou claro que a cooperação tem limite. Depois disso, ele se foi”, escreveu Bocaranda no Twitter nesta segunda, 17. Segundo ele, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, deverá visitar Cuba em breve (a data ainda não foi decidida), mas não tem planos de passar pela Venezuela. “Maduro está desesperado para que Putin inclua a Venezuela em seu roteiro. Os russos querem que, antes, ele dê uma resposta (sobre a saída eleitoral).”

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  1. A única saída para a Venezuela é de simples e fácil execução. Dois drones iguais ao utilizado para matar o PORCO Iraniano. Um para o Maduro, outro para o Cabello. Tá esperando o quê, Mr. President?

  2. Maduro corre o risco do kadafi da Líbia. Era temido, mas bastou uma oportunidade e acabou pego pela população e foi linchado e assassinado. Tá na hora dele e família saírem fora da Venezuela.

    1. Leandro, não dê sugestões pro Maduro...deixe ele na Venezuela...

  3. Salve Trump! Não precisa de guerra. É só tornar a bandidagem financeiramente desinteressante e matar alguns bandidos mais fanáticos. Trump vem sufocando grupos terroristas como o Estado Islâmico combatendo o comércio ilegal de petróleo. E a imprensa só faz tentar queimar o cara, mas sua reeleição será uma surra!

    1. A Rússia está passando por recessão há tempos . Os dólares de reserva estão no fim.A Venezuela sem os parcos dólares da Rússia vai para o buraco de vez.Um saludo Maduro que lástima.

  4. Aproxima-se o desenlace ao sr. Podre. Mais uma vez Trump dá provas de sua habilidade. Camarada Putin ficará tão descapitalizado e seus papéis cairão tanto neste semestre, que apoiará Guaidó para Presidente, se este se comprometer a respeitar a participação da Rosneft na PDVSA. Claro que Trump exigirá que o acordo seja exclusivamente financeiro e não sejam convalidadas cláusulas de apoio militar e estratégico. Aí os Russos vão disputar na Bolsa com os chineses,com europeus... Good luck Boris.

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