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A derrota do fujimorismo e da esquerda tradicional no Peru

27.01.20 12:59

Nas eleições legislativas de 2016, o partido Fuerza Popular, de Keiko Fujimori (na foto, com o pai Alberto Fujimori), obteve 73 das 130 cadeiras do Congresso do Peru. Com 56% dos parlamentares, o fujimorismo foi a principal força legislativa no início do governo de Pedro Pablo Kuczynski, o PPK.

Com o avanço da Lava Jato peruana, PPK renunciou em 2018. No ano passado, seu sucessor, Martín Vizcarra, dissolveu o Congresso e convocou novas eleições, que foram realizadas neste domingo, 26.

O quadro que emerge é totalmente distinto das últimas eleições legislativas. O fujimorismo não chegou a 7% dos votos. Os vencedores foram partidos marginais na política peruana, agora muito mais fragmentada.

A sigla mais votada foi a Ação Popular (AP), de centro, com 18% dos votos (5% em 2016). A União pelo Peru (UPP) ficou em terceiro lugar. É dirigida por Antauro Humala, o irmão do ex-presidente Ollanta Humala que já liderou um levante militar. Defende a superioridade dos indígenas e a pena de morte para condenados por corrupção. Em quanto lugar ficou a Frente Popular Agrícola do Peru (Frepap), que pretende criar uma teocracia evangélica.

“O vitorioso desta eleição foi o voto de protesto. Esses partidos marginais tomaram o lugar do fujimorismo, que sem dinheiro e sem recursos não conseguiu sustentar o clientelismo tradicional”, diz o cientista político peruano Carlos Meléndez, professor da Universidade Diego Portales, no Chile.

Outra surpresa é que o Apra, partido de esquerda criado em 1930 por Víctor Raúl Haya de la Torre e que teve no ex-presidente Alan García um dos seus líderes, ficou com apenas 2,5% dos votos. Sem alcançar a cláusula de barreira de 5%, o Apra ficará de fora do Congresso.

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  1. É a corrupção da "velha política" e a esquerdopatia que faz crescer esses partidos ditos "marginais" ou nanicos. Quando a corrupção e a liberalidade de costumes atinge picos insuportáveis, aliados a uma economia desfavorável, é normal que as pessoas escolham outros extremos, votem em caudilhos ou elejam representantes de instituições conservadoras e moralizadoras. O perigo está na radicalização permanente, após fechadas as feridas dos desgovernos, notadamente os irresponsáveis de esquerda.

    1. TB ACHO MAS SERIA BOM LEVAR ESSES PARTIDOS Q JA TRAZEM UMA HISTORIA DE CORRUPCAO, COMO A DO FUJIMORI.

  2. Pena que a constituição brasileira não permite mais a dissolução dos congresso e judiciário. Por isso que a "rapaziada" deita e rola nas mordomias absurdas e corrupção... e "nóis só sifú"!

  3. Por pobre e precariamente educado que seja o eleitor, não lhe é difícil reconhecer o estrago que a corrupção representa no plano pessoal e nacional. Votar bem é o desafio que todos enfrentamos, particularmente na América do Sul, onde a política, segundo Bolívar, equivale a lavrar e cultivar o oceano hostil. A revolta contra ineptos e corruptos -- independentemente de legendas, partidos ou facções -- é uma bandeira crescentemente visível na Região, na qual a carreira política é reduto de zumbis.

  4. A ESQUERDA está se FUDENDO em todo lugar. E ainda assim tem seguidores e defensores ferrenhos. COITADOS (literalmente). PÁTRIA AMADA BRASIL.

  5. Normal. Quando os partidos tradicionais caem, as novas tendências políticas crescem. O problema é que estes novos partidos são apenas aglomerações de ingressos individuais sem proposta alguma para o país. Basta lembrar o partido que elegeu o Collor e, mais recentemente, o PSL. O que era ruim, acaba ficando muito pior!

    1. Carlotinha Bozista tá com ciúme. Não ganhou nana do Carluxo foi? Coitada. Além de jumenta, é uma desprezada!

    2. Verdade Getúlio. De tanto observar a política sul-americana, é muito fácil prever o que acontecerá. Nem precisa ser gênio. Os fatos falam por si próprio. O mais interessante é que há ainda gente que vai nesta história de salvador da pátria, caça aos corruptos e outras lorotas.

    3. De acordo, José. Várias dessas agremiações não passam de grupos de interesse, propriedades particulares de caciques locais, ou ajuntamentos de chefetes regionais, incapazes de elaborar projetos e, por meio deles, melhorar alguma parcela do País. São, frequentemente, aventureiros em busca de oportunidades, cujos custos são transferidos ao contribuinte, em cuja fenda glútea vão parar todas as faturas do desgoverno da res pútrida. A nova bandeira consiste em abater vampiros e zumbis. Às urnas!

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