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A confusão que pode acontecer na contagem de votos nos EUA

31.10.20 12:35

Nos Estados Unidos não existe um tribunal eleitoral que organize o pleito e declare o vencedor. Cada estado faz a sua eleição e decide quais serão os seus representantes no Colégio Eleitoral, que em dezembro se reúne e chancela quem será o próximo presidente.

Mas, até lá, muita coisa acontece. A apuração dos votos em cada estado é acompanhada pelos veículos de imprensa, que conseguem publicar dados até mesmo antes das autoridades oficiais. Quando um dos candidatos consegue mais de 270 delegados no Colégio Eleitoral, esses veículos anunciam o vencedor.

Desde os anos 1960, o candidato que perdeu aceita a derrota, liga para o vencedor e faz um discurso público, pedindo unidade do país e desejando sorte ao vitorioso. A tradição, que começou com a disseminação da televisão, não tem amparo legal algum. É pura tradição.

Entre os americanos, há o receio de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não faça esse gesto. Ao ser perguntado em uma coletiva de imprensa se estaria comprometido com uma transição pacífica do poder, Trump respondeu: “Vamos ver o que acontece”. Os veículos de imprensa trabalham com outra possibilidade mais grave: a de que o presidente se declare vencedor no meio do processo, mesmo não tendo o número de delegados necessário para tanto.

Apesar do risco de caos, poucos americanos pedem a criação de um tribunal ou de uma comissão eleitoral. “Simplesmente, isso não faz parte do nosso projeto constitucional”, diz Lawrence Douglas, professor de lei e jurisprudência na Universidade Amherst, em Massachusetts.

Em 1876, para lidar com uma eleição disputada entre Samuel Tilden e Rutherford Hayes, o Congresso americano criou uma comissão eleitoral especial. Mas a polarização que existia entre os parlamentares acabou sendo refletida na composição da comissão, que não foi mais repetida. Um tribunal eleitoral só poderia ser criado com uma emenda na Constituição, com dois terços dos votos, algo improvável em um momento como o atual. “Se alguma coisa for criada para evitar essas crises, provavelmente terá apenas uma função consultiva”, diz Douglas.

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  1. Parece-me um pouco mal explicado. A tradição é a de que o Presidente aceita o resultado imediatamente após a apuração da votação. Mas existe todo um processo posterior que é a ratificação envolvendo a parte indireta da eleição. Nada impede que o Presidente simplesmente não aceite o resultado e gere enormes tumultos durante a segunda fase. Mas isso só seria provável se a eleição fosse perdida por margem apertada. Para entender melhor vide https://www.youtube.com/watch?v=WZWRhLW7Y8w&ab_channel=TED

  2. O jornalista *se esqueceu* de dizer (ou é mal informado mesmo) que o Partido Democrata é quem não aceita a eleição do Trump desde 2016, espionou a campanha dele, etc. E agora a imprensa esquerdista pergunta a ele a todo momento se *ele* aceitará a derrota caso ele perca.

    1. Na bolha das cheerleaders Democratas, o Obamagate é teoria da conspiração, nenhum agente do FBI conspirou para sabotar o governo Trump, Peter Strozk e Lisa Page são marcas de sabão em pó, Obama e Biden nunca demonstraram conhecimento de casos que não deveriam ter em reunião com o traidor Comey, é tudo culpa do homem laranja bobo e feio.

  3. Interessante que o cara critica ditaduras mas já insinuou não aceitar o resultado se derrotado, isso não é democracia então é.......

  4. RED MAP, espólio republicano com 30 milhões de dólares fez puta estrago na democracia do dólar. América nada mais é que um puta país corrupto em todos os níveis, para perpetuar os mesmos no poder. Trump é reflexo de imaginário popular que anti sistema não se corrompe, não pode ser comprado...o cara nasce na máfia nyc anos 70 80, sacro animal político, o chefe...

  5. Fora a roubalheira nos votos, sendo antológica a do Bush filho!!!... Aquilo lá na verdade é uma bagunça só pela metade organizada, onde entram até russos em meio ao processo... nada confiável....pura Bucha!!!... rsrsrsrsrsrs... 🤣🤣🤣🤣🤣🤣...

    1. O Sistema eleitoral deriva da História Americana, tem como base a representação popular no Congresso e possui alguns poucos elementos que nos dias de hoje estão superados. Já tentaram mudar, mas falta apoio popular mais enfático. Além disso o sistema não é de todo ruim, o voto não é obrigatório e de modo geral é aceito pelos americanos. De qualquer forma o sistema está sendo testado em seus limites e, se falhar, isso poderá levar a mudanças. Certamente é MUITO superior ao sistema tupiniquim.

    2. Verdade No Brasil dinheiro de cx 2 compra votos e congressistas e não configura fraude eleitoral. Eleições na Venezuela, China, Cuba e simpatizantes funcionam bem melhor

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