Lula Marques/Fotos Públicas

O trunfo de Aras contra as forças-tarefas

28.11.20 16:03

Integrantes da cúpula do Ministério Público Federal afirmam que ficou mais difícil combater internamente a asfixia das forças-tarefas da Lava Jato e da Greenfield em razão de um recente trunfo obtido pelo procurador-geral da República, Augusto Aras (foto), no Conselho Nacional do Ministério Público, o CNMP.

Tanto a Lava Jato no Paraná, que investiga os crimes contra a Petrobras, quanto sua versão fluminense, que apura a organização criminosa de Sérgio Cabral, e a Greenfield, montada para combater fraudes em fundos de pensão, na Caixa Econômica e no BNDES, pediram prorrogação dos trabalhos por mais um ano, mas não tiveram resposta. O problema é que, mais do que nunca, essa decisão estará centralizada nas mãos do vice PGR, Humberto Jacques, e do próprio procurador-geral, que tem agido como algoz da Lava Jato, como revelou Crusoé em sua mais recente edição.

O poder foi conquistado por Aras a partir de uma decisão do conselheiro do CNMP Otávio Luiz Rodrigues Jr. Em setembro, o procurador-geral da República havia pedido para que Rodrigues Jr. derrubasse uma decisão liminar da subprocuradora-geral Maria Caetana Cintra prorrogando a Lava Jato de Curitiba por um ano. O conselheiro do CNMP afirmou, no entanto, que sequer haveria o que decidir a respeito, já que a liminar de Caetana “não existia juridicamente”. Na mesma decisão, ele disse que a competência para deliberar sobre o tema era única e exclusiva do procurador-geral.

Em gestões anteriores, era muito comum que o PGR, de fato, decidisse sozinho sobre o tema, mas as prorrogações sempre passavam pelo crivo do conselho. Esta segunda etapa, agora, pode ser ignorada por Aras. Desta forma, tanto a Greenfield – que já não tinha sequer um procurador exclusivo no caso -, como as forças-tarefas da Lava Jato, cujos prazos de funcionamento terminam em janeiro, correm o sério risco de serem extintas.

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