Rodrigo Freitas/Crusoé

Sinais de fragilidade

13.10.19 16:22

Os reveses que vêm sofrendo as operações de combate à corrupção, como a Lava Jato, devem afetar a imagem do Brasil no exterior. Consultoria especializada em medir a capacidade dos países de combater a corrupção, a Control Risks avalia que há uma deterioração nas perspectivas em relação ao país.

“Existem sinais preocupantes”, afirmou o presidente da Control Risks no Brasil, Geert Aalbers (foto). “Algumas pautas e decisões do STF, Congresso e Executivo podem ter como consequência a fragilização da capacidade do Brasil de combater a corrupção”, alertou.

Este ano, a Lava Jato sofreu um golpe com a decisão do STF de que réus delatados devem apresentar suas alegações depois dos delatores, o que anulou uma condenação da operação e cujo efeito sobre outras ações ainda irá ser determinada. Além disso, o ministro Gilmar Mendes defende que as mensagens roubadas de aplicativos usados pelos procuradores e depois divulgadas sejam validadas como prova, para possíveis mudanças de decisões já tomadas na operação.

As investigações sobre corrupção também foram afetadas pela decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, de suspender inquéritos em que dados fiscais e bancários tenham sido compartilhados com o Ministério Público por órgãos de controle sem autorização judicial prévia.

A Control Risks avalia, em parceria com a Americas Society/Council of the Americas, o poder de países latino-americanos para descobrir, punir e impedir a corrupção.

O Brasil ficou em segundo lugar no último ranking da consultoria, atrás do Chile. Isso significa que são os dois países com maior probabilidade de agentes envolvidos em corrupção serem descobertos, punidos e dissuadidos. Na sequência, aparecem Colômbia, Argentina, Peru, México, Guatemala e Venezuela.

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