Supremo fora da zaga

O presidente do Supremo Tribunal Federal, José Dias Toffoli (foto), deve divulgar nesta segunda-feira, 17, a pauta de votações do tribunal prevista para o ano que vem. A escolha de assuntos que serão apreciados em 2019 pode indicar a disposição de Toffoli em levar adiante um desejo que ele já manifestou ao menos duas vezes na semana passada: o de que o Judiciário seja menos acionado para decidir assuntos da esfera política.

Tanto no encontro com governadores em Brasília, no dia 12, quanto em palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, no dia 14, Toffoli insistiu que é o momento de o Judiciário recolher o protagonismo e os políticos eleitos voltarem a governar o país.

“O Legislativo legisla para o futuro, o Executivo para o presente, e o Judiciário para o passado”, disse o presidente do Supremo na Firjan. “Se tudo vai parar no Judiciário, é porque as outras instâncias falharam. Não pode tudo parar no Judiciário” .

Dias Toffoli reconheceu que a judicialização de assuntos de governo é consequência da extensão da Constituição, que para ele deveria ser simplificada. “É necessário que nos recolhamos, venho falando muito sobre isso”, afirmou.” Não somos zagueiros, somos centroavantes, não podemos ser o superego da sociedade”.